sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Psicologia Escolar: Que fazer é esse?

O CFP (Conselho Federal de Psicologia), está disponibilizando em pdf gratuito o livro "Psicologia Escolar: Que fazer é esse?". Fomentando à causa da PL 3688/2000 onde o projeto de lei foi aprovado, antes sendo vetado pelo Presidente Bolsonaro depois derrubado o veto pela câmara.


Baixe o arquivo em PDF completo

O que faz alguém escolher se dedicar a Psicologia Escolar? 
Que sonho está embutido nesta escolha? 
Que fazer será este? 
Quais são os principais desafios desse percurso? 
Será possível encontrar o sucesso? 
Mas o que é mesmo sucesso?
Este campo de atuação profissional estaria configurado?

O fato é que nos últimos anos a Psicologia passou a ser uma das profissões mais escolhidas nos processos seletivos para os cursos superiores. O número de instituições de ensino com oferta de cursos de Psicologia igualmente se ampliou. Mas a formação voltada para a área da Psicologia Escolar e Educacional não ocupa, infelizmente, lugar de destaque entre os diversos conteúdos que são previstos nas grades curriculares. Muitos destes cursos assumem a opção de ênfase nos processo educativos sem, contudo, conduzir a formação e a prática voltadas para esta área, e o argumento que surge na maioria das vezes se relaciona à escassez do campo de trabalho na educação.

A Psicologia tem como marca a ampliação da sua atuação na esfera pública, contribuindo assim para a expansão da Psicologia na sociedade e ampliando o debate sobre Direitos Humanos, saúde, assistência social, jurídica, trânsito, etc, entretanto ainda não se consolidou a política pública que conta com psicólogos e psicólogas nas equipes multidisciplinares na educação básica, tanto para as escolas da rede pública, como para as escolas da rede privada.

Acompanhar, avaliar e orientar uma atuação de psicólogos e psicólogas para a área de Psicologia Escolar e Educacional são grandes desafios na atualidade, desafios estes assumidos pela equipe gestora do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que incluiu no seu Planejamento Estratégico para a gestão do XVI Plenário ações organizadas por meio da Comissão Nacional de Psicologia na Educação (PSINAED).

A PsiNaed nasce assim buscando integrar os debates realizados anteriormente no CFP, na academia e no campo político que norteou a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) previsto para o período de 2004 à 2014, e buscou alinhar suas ações com as metas para a educação no Brasil.

São várias as estratégias utilizadas pela PsiNAed para avançar diante do panorama que se desenha para a área da Psicologia Escolar e Educacional, incluindo a realização mensal de reuniões e debates on line, a criação de um portal (psinaed.cfp.org.br), participação em eventos científicos, etc., buscando colocarem pauta temas importantes para a área. E neste contexto surge também a oportunidade de apresentar este livro com o objetivo de ampliar as reflexões sobre a prática.

Esta obra é integrada por três partes. A conexão dos textos bem como a ordem de apresentação, segue a seguinte lógica expositiva: a primeira concebe estudos teóricos voltados para o campo da Psicologia na Educação; a segunda tem como escopo abordar as questões relacionadas à educação inclusiva e a terceira parte se refere a experiências profissionais no campo. 

A primeira seção reúne uma série de textos que se propõem a realizar uma revisão teórica sobre as bases que orientam o campo da Psicologia na Educação, e assim a denominamos “Reflexões teóricas sobre a Psicologia na Educação”. Inicia no primeiro capítulo, pela atual coordenadora da comissão, professora Raquel Guzzo, com a apresentação de estudo sobre indicadores de risco e proteção subsidiando uma possibilidade de intervenção da psicologia na escola de forma crítica e emancipadora. No segundo capítulo Rosângela Francischini e Eudes Alencar com um estudo teórico baseados em Lev Vigotski e Henri Wallon nos proporcionam maior compreensão sobre as contribuições destes dois teóricos da psicologia crítica para a educação. Em seguida, no terceiro capítulo Meire Viana compartilha reflexões sobre as interfaces entre a Psicologia e a Educação visando efetuar distinção entre o fazer pedagógico e o fazer psicológico. Encerrando este bloco, e abordando um dos grandes desafios atuais deste campo, teremos a oportunidade de conhecer as avaliações do ponto de vista econômico e político, realizados por Silvana Souza e Silvia Yannoulas, que norteiam o caminhar difícil e moroso do Projeto de Lei nº 3688/2000 que prevê a criação de equipes multidisciplinares, incluindo a Psicologia, para atuação na Educação Básica. 

A segunda seção buscou reunir textos que apontam para os caminhos possíveis para o processo de inclusão no processo educativo, e o título adotado foi: “A psicologia diante dos desafios da Educação Inclusiva”. Assim, no quinto capítulo, Maria Cláudia Oliveira e Sueli Dias buscam compartilhar reflexões sobre a inclusão como um aspecto relacionado ao processo de desenvolvimento humano. Em seguida Ariadyne Luz nos apresenta no sexto capítulo, uma experiência de atuação profissional em Psicologia Escolar junto à Prefeitura Municipal de Paracuru, no litoral do Ceará.

Buscando situar o leitor com relação à realidade dos educadores com relação às questões de inclusão, Vanuza Sales e Carla Tercino sétimo capítulo compartilha estudo sobre as concepções de professores da rede pública do Distrito Federal, como um exemplo de reflexão. No oitavo capítulo, Maria Cláudia nos ilustra com relação às interfaces da Educação com o Sistema de Justiça nos eixos dos processos socioeducativos. Agora no nono capítulo se coloca em cena o desafio do processo da inclusão nas questões étnico raciais, para as quais Adna Fontenelle e Aline Melo avaliam os desafios para o cumprimento da Lei 10.649/03 e também da Lei 11.645/08, para além das questões curriculares, atingindo os processos de intervenção em Psicologia Escolar. 

Buscando apresentar experiências de profissionais da área, a terceira seção foi denominada “Compartilhando práticas em Psicologia Escolar”. Iniciando este bloco, no décimo capítulo Márcia Cipriano nos apresenta como pensar a intervenção em Psicologia Escolar a partir da reflexão sobre o trabalho docente e da contribuição da interação e afetividade no processo de ensino aprendizagem. Em seguida, no décimo primeiro capítulo, Ligia Rocha e Claisy Marinho Araújo, compartilham experiências práticas em Psicologia Escolar junto aos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFETs). Considerando que são reduzidas as experiências práticas em Psicologia Escolar no universo do ensino público, Fabíola Bra Aquino e Lorena Rodrigues, nos apresentam, no décimo segundo capítulo, uma oportunidade importante de experiência por meio de “Estágios Supervisionados”, inclusive como oportunidade de sinalizar o papel do profissional de Psicologia na Educação. E finalizando os trabalhos, no décimo terceiro capítulo se aborda um tema extremamente importante e urgente para as escolas, no qual Ana Fontes, Amanda Paiva, Clarice Devêza e Rafaela Maurício, apresentam reflexões sobre Agressividade entre pares, mas conhecido como Bulliyng, baseadas na interface da Psicanálise com a Educação. 

Convidamos assim os leitores para esta viagem sobre as possibilidades e os desafios da inserção da Psicologia no campo da Educação. Neste percurso existem sonhos que nasceram das experiências teóricas e práticas de várias regiões do Brasil. É um processo ainda em construção, mas nós que aqui representamos a PsiNAed, com o apoio do CFP, buscamos iniciar.


Meire Viana e Rosangela Francischini
Organizadoras


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