A psicomotricidade
deve ser entendida como um conjunto de aplicações que geram resultados no
indivíduo em interfaces unidas, a destreza dos movimentos faz o indivíduo
desenvolver habilidades necessária para seu crescimento pessoal e
desenvolvimento cognitivo e comportamental (SANTOS, 2013).
De acordo com
Bueno (1998), a psicomotricidade é uma ciência nova pois ela possui o homem
como objeto de estudo, isso faz interligar diversas áreas com a atuação prática
entre elas estão: educação, pedagogia e saúde.
Essa ciência pode
ser compreendida então, como o estudo do homem em movimento, qualquer
comportamento motor que o ser humano pode imitir é uma reação produtiva ou
insatisfatória. Ela inicia com os movimentos reflexos ainda como bebês,
consecutivamente através da cognição surge as vontades, passamos a emitir
movimentos que são voluntários ou emitidos com algum objetivo e função (SANTOS,
2013).
Portanto, a
psicomotricidade ela não é estudada de forma individual ela é compreendida
através de outras ciências como a sociologia de que forma o ser humano cria as
suas interações grupais, pela biologia observando o crescimento corporal e
funções biológicas que podem ser investigadas que fortalecem os movimentos e
propiciam aprendizado através deles, e a psicologia compreendendo a função do pensamento
unida com a ação de comportar-se em meio a um grupo ou de forma individual
(SANTOS, 2013).
Com crianças e
adolescentes essa atuação deve ser propagada de forma lúdica entre o
psicomotricista e o adolescente ou criança, por meio de jogos educativos onde
vai definindo os objetivos em que deve ser trabalhado os déficits da criança.
Conforme Velasco
(1994), somos seres psicomotor, ou seja, estamos sempre em movimento até o
término da vida. Essa interação faz desenvolver áreas importantes da comunicação,
termos ideias criativas e operalizar funções do corpo que são vitais para nossa
sobrevivência, essa complexidade de funções executivas e mando do nosso
organismo gera o estudo em que a psicomotricidade se debruça em buscar
estratégias para que o indivíduo melhore (LAPIERRE, 1984).
De acordo com
Coste (1978), a prática de ser vista como o ser humano possuidor do seu corpo,
ou seja, “o homem é seu corpo”. Isso faz com que o profissional atue visando
ajustar, regular funções que nesse corpo não estão positivas.
Esse termo teve
como repercussão no XIX com os estudos dentro da comunidade científica, os
estudos surgiram dentro da perspectiva em explicar fenômenos que acontecem no
corpo humano, os estudos criaram ênfase com Piaget (1982), trazendo a tona de
que forma aprendemos e a influência da inteligência no processo da
aprendizagem, esse estudo ficou mais claro no processo de assimilação –
acomodação.
Outro importante
teórico que contribuiu com os estudos para o surgimento da psicomotricidade foi
Wallon (1949), ele trouxe o aspecto das emoções como influência na comunicação
do indivíduo, essa interação dos afetos que geram emoções no ser humano faz com
que ele realize movimentos, interligados com seus pensamentos (cognição),
agitação motora e execução da ação pensada. Essa interação faz com que o
profissional tenha sua atuação prática com o indivíduo lidando com movimentos
próximos, sempre levando em conta as emoções que são expressas pelo sujeito na
hora da atividade.
Dentro do contexto
histórico no Brasil essa ciência chega no XX com a Primeira Guerra Mundial
ouve-se uma mudança global no mundo como forma de viver, essa transição fez
surgir a industrialização, as mulheres que outrora ficava em casa passou a ir
trabalhar, com isso, o conceito de escola passou a conceber mudanças nas formas
práticas educacionais, uma delas é a de como as crianças se movimentavam nesse
novo cenário. Essa atividade foi tomando proporção levando a atuação estar cada
dia mais presente e tendo uma maior atenção com pesquisas e estudos na primeira
e segunda infância visto que se exige maior dedicação nos movimentos corporais
para melhor desenvolvimento do ser humano em idade mais futura (SANTOS, 2013).
O ser humano
necessita passar pelos os estágios da vida em completa união com seu
desenvolvimento físico, psicológico e motor em equilíbrio. Na transição para a
adolescência isso gera diversas mudanças no seu organismo, isso faz a
psicomotricidade ter uma atenção redobrada no desenvolvimento desse
adolescente. As suas emoções estão borbulhando e a experimentação de
sentimentos estão a flor da pele, isso se dá ao fato dos hormônios estar em
produção elevada fortalecendo o crescimento, surgindo a expressão de autonomia
e com isso contraindo diversos comportamentos que podem ser inapropriados
(SILVA, 2005).
Esse adolescente
passa por diversas experiencias psicomotoras, tornando seu desenvolvimento
progressivo, a falta de vivências saudáveis gera déficit que necessitaram de um
apoio profissional. A observação do corpo faz a pessoa permitir-se
compreender-se e tornar sua vida mais saudável, na adolescência esse processo
de autoconhecimento é muito proveitoso, com a observação pode ser percebido
comportamentos inadequados e ajustados esses comportamentos para tais
funcionalidades em convício social na escola, com pares e família (SANTOS,
2013).
Por Jabner Gonçalves de Lima
REFERÊNCIAS
BUENO,
Jocian Machado. Psicomotricidade: teoria
e prática. São Paulo: Lovise, 1998.
COSTE,
J. C. A Psicomotricidade. 2. ed. Rio
de Janeiro: Zahar Editores, 1978.
LAPIERRE,
André; AUCOUTOURIER, Bemard. Fantasmas
Corporais e Prática Psicomotora. São Paulo: Ed. Manole, 1984.
PIAGET,
Jean. O nascimento da inteligência na criança.
4. Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
SANTOS,
Bruna Moreira. Um Breve Histórico da
Psicomotricidade e suas Aplicações Praticas Junto a um Grupo de Estudantes da
Rede Pública de ensino no Município de Barra Mansa. RJ. Psicologado. 2013.
Disponível em
https://psicologado.com.br/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/um-breve-historico-da-psicomotricidade-e-suas-aplicacoes-praticas-junto-a-um-grupo-de-estudantes-da-rede-publica-de-ensino-no-municipio-de-barra-mansa-rj
. Acesso em 31 Ago 2020.
SILVA, Daniel Vieira da. Psicomotricidade. Curitiba:
IESDE (Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino), 2005.
VELASCO,
C.G. Habilitações e reabiliatações
psicomotoras na água. São Paulo: Harba, 1994.
WALLON,
Henri. As origens do caráter na criança.
Tradução de Heloysa Dantas de Sousa. São Paulo: Nova Alexandria, 1949.